terça-feira, dezembro 16, 2008

Je ne comprend pas.

That's that!
Let's pretend it never happened.

Too much tv.

Yeah, yeah.
Restless como um peixinho de aquário. Procurando qualquer palavra certa.
Yeah, yeah.
Over easy like a fried egg.

Metáforas sem classe. E nenhuma história pra contar.

Se bem que, over easy like a fried egg, quando se pronuncia "egg" com a entonação certa, quase transformando o "e" num profundo "i", pode ser uma metáfora razoável.

Yeah, yeah.
A magic wand and too much them tv.

And so and so.
No pain involved.
Fotos de moda.

Yeah, yeah.
Crazy talk (on a british accent).

Sem muita paciência pra contar o fato relevante: explosões.
Deliberadas e grandiosas.
Meticulosamente projetadas para destruir edifícios específicos, pessoas específicas; causar danos colaterais específicos e eliminar _ uma _ existência _ específica:
a minha.

Salvar agora.

Salvar depois.

sexta-feira, março 14, 2008

Tieta.

At least watching the download bars gave her something to wait for. So that, she expected, when each of them would be done, some kind of fullfilment could come. O prazer visual no esquema ampulheta pode ser uma distração bem-vinda quando não se tem muito a dizer ou muitos a quem dizer. Ou os dois.
Work, work, work.
How's it gonna be?
Nobody's watching anyways.

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Sobre a Sonatina de Ravel

Quando um seu amigo partia, Patrick Carvalhal partia em seguida. De nenhum companheiro havia se despedido em toda a sua vida. Em todo o caminho, Patrick nunca disse adeus. Se alimentava de saudades e delas havia plantado todo um jardim. O horizonte já não mais o via. Apenas o rumor do vento fora da janela fechada.
Desse jardim desfiava dia e noite as histórias que ali havia enterrado. Histórias de gente que sequer conhecia, se é que se pode de fato conhecer alguém. De algum que houvesse visto na rua e cuja miséria, corajosamente assumida, houvesse invejado. Ou algum cuja coragem, miseravelmente exposta, houvesse desprezado. Ou o que era, afinal, mais comum; as duas coisas.